1805–1819: Os Primeiros Anos

Richard Neitzel Holzapfel

Richard Neitzel Holzapfel was a professor of Church history and doctrine at Brigham Young University when this was published.

Os historiadores muitas vezes dividem a história da humanidade em períodos tais como Pré-história, Antiguidade, fins da Antiguidade, Idade Média, Renascença e assim por diante. Tais distinções são, evidentemente, artificiais e, de certa forma, problemáticas porque ninguém acorda certa manhã e diz: “Ótimo! Hoje é o primeiro dia da Renascença!” Entretanto, tais categorias ajudam os acadêmicos a organizar e coletar dados sobre o passado em pequenas unidades de tempo, facilitando assim interpretações bastante astutas acerca dos fatos disponíveis. Os historiadores podem também dividir a história da humanidade em dois mundos distintos: os períodos Pré-moderno e Moderno. Estas designações explicam os grandes avanços tecnológicos, políticos e econômicos que ocorrem na história mais recente. As referências aos períodos Pré-moderno e Moderno também nos ajudam a lidar com as mudanças psicológicas mais significativas e fundamentais que a humanidade experimentou entre esses períodos. Na verdade, aqueles que vivem no mundo Moderno são fundamental e psicologicamente diferentes do que as pessoas que viveram no mundo Pré-moderno.

O Mundo do Profeta

Joseph Smith viveu em um período de transição entre o fim do mundo Pré-moderno e o início do mundo Moderno. Em alguns lugares e entre algumas pessoas, como nos centros urbanos da Europa, o mundo Pré-moderno já tinha basicamente terminado, enquanto que pessoas em outros lugares ainda tinham uma visão Pré-moderna do mundo. De certa forma, Joseph Smith tinha um pé no mundo Pré-moderno e outro no mundo Moderno. O mundo Pré-moderno pode ser identificado como tendo uma abundância de três mercadorias que hoje estão em falta.

Primeiramente, o mundo Pré-moderno tinha uma abundância de escuridão natural. Certamente havia fogueiras, lâmpadas a óleo e, posteriormente, velas, mas frequentemente as pessoas que viveram no mundo Pré-moderno experimentaram a escuridão natural em sua quase totalidade. Hoje, a humanidade, particularmente aqueles morando em um país industrializado do mundo ocidental, dificilmente pode escapar à luz artificial: para a maioria das pessoas, é necessário viajar longas distâncias para se testemunhar um céu natural, escuro, como era visto na antiguidade. A iluminação nas ruas, as luzes de cabeceira, televisões e até mesmo luzes noturnas nos corredores têm mudado fundamentalmente a maneira como vemos o mundo à noite. Nós simplesmente não observamos os céus da mesma forma que Abraão e Sarah, Jesus, Maria, Lázaro, Joseph e Emma os viram. Além disso, é possível que nós não apreciemos os temores da escuridão natural que existia para aqueles que viveram no passado. Uma pessoa podia cair em um buraco. Animais selvagens poderiam atacar. Era um mundo escuro e amedrontador.

A segunda mercadoria era o som e o silêncio naturais. No mundo Pré-moderno havia atividades humanas que criavam sons – serras, cinzéis, e assim por diante – mas muitas vezes as pessoas daquela época experimentaram o som natural de seu ambiente de uma forma diferente do que uma pessoa moderna jamais o experimentou. Hoje é difícil escapar do barulho do mundo moderno devido ao predomínio do tráfego de automóveis, sons de vários canais de mídia tais como o rádio, sons de correntes elétricas em nossas casas, o onipresente iPod, e uma variedade de outras fontes. Mesmo em alguns dos lugares mais quietos na América, tais como parques naturais, aviões podem perturbar tanto humanos como animais.

A terceira mercadoria era a solidão pessoal. Vivemos em um mundo que não vê com bons olhos as pessoas que querem ficar sozinhas. Geralmente ficamos preocupados quando um amigo ou um membro de nossa família procura estar sozinho, e imaginamos se devemos chamar por ajuda ao imaginarmos o risco de suicídio. Devido a nossos patriarcas e matriarcas, apóstolos e profetas terem experimentado a escuridão natural, sons e silêncio naturais, assim como a solidão pessoal, é possível que as visões dos céus tenham sido abertas mais prontamente. Hoje, muitas vezes somos distraídos pelas vozes, pelos sons e pelas luzes de um mundo movimentado, barulhento e moderno.

O mundo de Joseph Smith era diferente do nosso, mas de outro modo. Por exemplo, ele não tinha produtos modernos como xampu e desodorante. A possibilidade de se tomar uma ducha e de trocar por uma muda de roupas limpas todos os dias não existia para a maioria das pessoas que viveram durante o período Pré-moderno. A maioria das pessoas daquela época não tinha atendimento odontológico nem ortodôntico. No início do século XIX, a expectativa de vida era menos de vinte anos e o índice de mortalidade infantil era admiravelmente alto. Isto não é de se surpreender em uma era antes dos antibióticos. Hoje, poucos pais esperam ter que enterrar uma de seus filhos quando ainda criança; no passado, poucos pais escapavam deste terrível destino. Por volta do final do século XIX, estes números mudaram drasticamente com os avanços tecnológicos que tornaram possível água limpa, remédios e melhor nutrição.

O mundo de Joseph Smith estava frequentemente aberto para o olhar público. Apesar dos momentos de solidão pessoal, a vida familiar era mais transparente, especialmente para a família Smith. Eles moravam em pequenas casas, cheias de gente na maior parte de suas vidas e durante muitos anos de sua vida de casados, Joseph e Emma moraram com outras pessoas, dividindo a casa com outros. Os vizinhos de Joseph o viram indo ao banheiro no quintal. Hoje corredores, quartos e portas trancadas criam uma privacidade moderna fundamentalmente desconhecida no mundo Pré-moderno. As pessoas na época de Joseph Smith presenciaram os ritmos naturais da vida de uma forma que as pessoas de hoje dificilmente experimentaram. Elas viram crianças nascendo e pessoas morrendo em suas casas. Amigos e familiares do Profeta o viram doente, cansado, irritado e muito zangado. Eles também o viram feliz, brincalhão, alegre, entusiasmado, solene e em espírito de oração. Eles o viram vestido com sua roupa de domingo, mas algumas vezes em roupas esfarrapadas. [1]

Três importantes visitantes – Josiah Quincy, futuro prefeito de Boston; Charles Francis Adams, o filho e o avô de dois ex-presidentes dos Estados Unidos (John Quincy Adams e John Adams); e Dr. William G. Goforth, representantes do partido político nacional conhecido como Whig Party que haviam ido a Nauvoo em busca de votos para o candidato para presidente Henry Clay – pararam em Nauvoo em 1844,[2] um pouco antes do Profeta ser morto. Depois de sua visita a Nauvoo, Quincy contou sua história sobre a visita ao Profeta Mórmon:

Pré-eminente entre os retardatários, na porta estava um homem com uma aparência de autoridade, vestido com roupas que indicavam seu trabalho como carpinteiro. Ele era uma pessoa amigável, atlético, com seus olhos azuis sobressaindo sobre sua pele clara, um nariz longo e uma testa retraída. Ele vestia calças listradas, uma jaqueta de linho, a qual não havia sido lavada há algum tempo, e uma barba de uns três dias. Este era o fundador da religião a qual havia sido pregada em todo canto da terra. Conforme Dr. Goforth nos apresentou ao profeta, ele mencionou a descendência de meu companheiro. “Deus o abençoe, para começar!” disse Joseph Smith, levantando suas mãos para cima e deixando-as cair sobre os ombros do Sr. Adams. [3]

Joseph não tinha a aparência daquilo que uma pessoa poderia esperar de um profeta. Alguns Santos dos Últimos Dias que chegaram a Nauvoo também se surpreenderam ao ver o jovem profeta vestido em roupas rústicas cumprimentando-os nas docas. [4] Assim era o mundo em que Joseph Smith vivia.

Algo que é ainda surpreendente para as pessoas dos dias de hoje era quão jovem o Profeta era quando os eventos transcedentais da Restauração ocorrerram; ele tinha apenas quatorze anos de idade quando ele viu o Pai e o Filho em 1820; ele tinha apenas dezessete anos quando Morôni o visitou em 1823; ele tinha apenas vinte e um anos de idade quando recebeu em 1827 os registros da antiguidade; e ele tinha apenas vinte e quatro anos quando se tornou Presidente da Igreja de Jesus Cristo em 1830. Foi provavelmente para que ele pudesse cumprir rigorosamente as tarefas que estavam à sua frente que o Senhor chamou um profeta jovem e energético.

Joseph viveu durante um tempo extraordinário da história dos E.U.A. [5] O país estava se expandindo não só geográfica mas também populacionalmente. Em 1800 havia um pouco mais do que cinco milhões de norte-americanos. Por volta de 1810, havia mais de sete milhões e dentro de outros vinte anos, este número dobraria. Além disso, a fronteira norte-americana estava constantemente mudando em direção ao oeste. Joseph morava nesta fronteira – um ambiente rústico, duro e por vezes perigoso.

É importante observar que o mundo Pré-moderno não foi um período estático, apesar de que certos aspectos tiveram uma continuidade longa e substancial. [6]

Os Primeiros Anos de Joseph

As fontes concernentes aos primeiros anos do Profeta (1805-19) são fragmentárias. A principal delas sobre os primórdios da vida de Joseph é a história de Lucy Mack Smith. [7] Além disso, o Profeta preparou algumas histórias curtas que forneceram algumas análises pessoais. [8] Entretanto, as memórias de Lucy Mack permanecem como uma das principais fontes para se reconstruir aqueles primeiros anos. Ela começa a contar sua história logo depois da morte do Profeta, em 1844. A história de Lucy fornece informações para acadêmicos, levando-os a procurar registros de impostos e outros documentos que possam expandir as alusões feitas nesta importante recordação. Sem a extraordinária história de Lucy Mack sobre sua família, nós não saberíamos quase nada sobre os primeiros anos de Joseph Smith. Este capítulo é uma revisão dos primeiros anos do Profeta com referências aos principais eventos das histórias norte-americana e mundial, a fim de fornecer as referências históricas necessárias.

Por meio da história de Lucy ficamos sabendo que os pais do Profeta (Joseph e Lucy Smith) se casaram em 1796 em Tunbridge, Condado de Orange, [no estado norte-americano de] Vermont. [9] A família Smith se mudou para Randolph, no mesmo condado e estado, devido ao péssimos resultados de um investimento que os levou a vender sua fazenda em 1802 “para evitar a vergonha da dívida.” [10] Nos anos seguintes, eles ainda se mudaram inúmeras vezes. [11] Apesar disso, as mudanças foram todas dentro de uma pequena área geográfica, mantendo-os assim junto a um mesmo círculo de familiares e amigos.

A família Smith se mudou de volta para Tunbridge em 1803.[12] Uma nova mudança ocorreu em 1804, desta vez para o Condado de Windsor, ainda em Vermont, para as terras que pertenciam aos pais de Lucy Mack Smith, Lydia Gates e Solomon Mack. [13] Lucy Mack recordou: “Foi aqui que meu filho Joseph nasceu, no dia 23 de dezembro de 1805, aquele que viria a trabalhar mais conscientemente neste trabalho do que qualquer outro indivíduo.” [14] Joseph Smith nasceu em uma segunda-feira, dia 23 de dezembro. Tendo recebido o mesmo nome que seu pai, era conhecido como Joseph Smith Jr. até a morte de seu pai em 1840. Depois disso, o Profeta era simplesmente conhecido como Joseph Smith. Também durante 1805, Lewis e Clark chegaram ao Oceano Pacífico.

A família Smith se mudou de volta para Tunbridge em 1807, o mesmo ano em que Thomas Jefferson assinou a Lei de Embargo e Robert Fulton inventou o navio a vapor. [15]

Em 1808 os Estados Unidos finalmente proibiram a importação de escravos vindos da África e do Caribe. No domingo, dia 13 de março, nasceu Samuel Harrison Smith. [16] Na quinta-feira, dia 22 de dezembro, Beethoven apresentou pela primeira vez sua recém completa Quinta Sinfonia. Em algum momento por volta do fim daquele ano, a família se mudou para Royalton, Condado de Windsor, em Vermont. [17]

Ephraim Smith nasceu em uma segunda-feira, dia 13 de março de 1810, em Royalton. Ele morreu alguns dias depois, no dia 24 de março, um sábado. Ele foi o segundo filho de Lucy Mack e Joseph Smith a morrer ainda criança. [18] Outro filho, William Smith, nasceu numa quarta-feira, dia 13 de março de 1811. O primeiro navio a vapor a navegar o Rio Mississipi abaixo chegou a Nova Orleans naquele ano. [19]

A família Smith deixou Vermount pela primeira vez quando eles se mudaram para o outro lado do Rio Connecticut, para Lebanon, Condado de Grafton, no estado norte-americano de New Hampshire em 1811. Esta mudança foi algo em torno de 20 milhas além de onde moravam, iniciando um processo que lhes permitiria romper com suas amarras e vínculos com a Nova Inglaterra. [20] Naquela época, Joseph Smith Sênior teve seus primeiros sonhos de conteúdo religioso. Eles continuaram pelos anos que se seguiram, revelando as lutas e desafios espirituais que ele estava passando naquele momento. [21]

Uma epidemia de febre tifóide se espalhou pelo Vale do Rio Connecticut em 1812, matando pelo menos 6.400 pessoas durante um período de cinco meses. [22] Também naquele ano, o Presidente dos E.U.A., James Madison, declarou guerra contra a Grã-Bretanha.

Na quarta-feira, dia 23 de julho de 1813, Catherine Smith nasceu em Lebanon. [23] A febre tifóide atingiu a família Smith. Ninguém morreu, mas Joseph Smith Jr. experimentou graves dores mesmo depois de ter tido a febre. Eventualmente, uma infecção atingiu sua perna. [24] O Dr. Nathan Smith da Escola de Medicina de Dartmouth, localizada perto da casa dos Smiths em Lebanon, operou Joseph utilizando um processo único, e assim salvando a perna do jovem de sete anos de idade. [25]

Este episódio fornece uma perspectiva importante sobre a dinâmica da família Smith. Cada um dos pais de Joseph demonstraram um aspecto diferente de força durante esta crise. Lucy Mack, por exemplo, tinha uma opinião forte. Em vez de amputação (o procedimento padrão naquela época), ela ordenou aos médicos que tentassem salvar a perna do jovem rapaz. [26] Entretanto, antes dos médicos começarem a operar, Lucy Mack saiu do quarto, aparentemente incapaz de lidar com a situação. Joseph Smith Sênior interveio e ficou no quarto para segurar seu filho durante o doloroso procedimento. [27] Tanto Joseph como Lucy Mack desempenharam papéis diferentes mas significativos nesta crise médica. Depois do procedimento, Joseph foi ficar com seu tio, Jesse Smith, em Salem, na costa do Atlântico em Massachusetts, na esperança de que o ar fresco do mar o ajudasse em sua recuperação. [28] Ele melhorou gradualmente, mas levou anos até que pudesse andar sem muletas.

Os britânicos venceram Napoleão em Waterloo e a Guerra de 1812 terminou em 1815. Em meados de abril daquele ano, Monte Tambora, um vulcão da Indonésia moderna, entrou em erupção e soltou cerca de 12 milhas cúbicas de gases e 25 milhas cúbicas de destroços na atmosfera, obstruindo o sol e alterando os padrões climáticos através de todo o globo por muito tempo depois.

Pela última vez na Nova Inglaterra, a família mudou-se novamente de volta para o outro lado do Rio Connecticut e alugou uma fazenda em Norwich, Condado de Windsor, Vermont. Don Carlos Smith nasceu em Norwich em 1816. [29]

De acordo com Richard L. Bushman, durante o período de 1814 e 1816, a família Smith caiu em uma pobreza muito maior do que em qualquer outro ponto de suas vidas. [30] Na sociedade moderna e tecnológica em que vivemos hoje, uma pessoa pode viver uma vida relativamente produtiva e satisfatória sem possuir qualquer terra. Mas no mundo Pré-moderno e agrícola, a propriedade de terra era necessária para a sobrevivência de uma família. Para a maioria das pessoas daquela época, não havia outros recursos, como, anuidades de paraísos fiscais, seguro social e seguro de vida. A fazenda da família era frequentemente o único recurso econômico disponível para sustentar os pais quando entravam em seus últimos anos de vida. Além disso, a fazenda da família dava aos filhos um apoio no começo de suas vidas quando se casavam, principalmente quando seus pais lhes concediam uma parte da terra. Entretanto, sem as terras da fazenda, o futuro da família Smith parecia desanimador.

O ano de 1816 ficou mais tarde conhecido como “o ano sem verão.” [31] Joseph Smith Sênior e Lucy Mack Smith provavelmente desconheciam o fato que a erupção do Monte Tambora em 1815 foi o motivo dos problemas com a colheita na região. Lucy Mack relembra: “No primeiro ano, as nossas colheitas fracassaram e compramos nosso pão com o produto de nosso pomar e de nossa própria diligência. No segundo ano, nossas colheitas fracassaram novamente. Na primavera seguinte, o Sr. Smith disse que ele plantaria mais uma vez nesta fazenda, e se ele não tivesse sucesso, que iríamos para Nova York.” [32]

Os Smiths estavam na Nova Inglaterra por cinco gerações, mas aquele último e péssimo ano forçou-os a deixar a área. [33] Lucy Mack recorda: “Isto foi o suficiente. Meu marido decidiu que iríamos para Nova York.” [34] As razões para isso pareciam claras: “Por mais de uma década, o clima, o fracasso das colheiras, credores, doenças e problemas com negócios arruinaram financeiramente os Smiths.” [35] Estava na hora de começar de novo – um novo começo e Nova York parecia o melhor lugar para fazê-lo.

Outros membros da família Smith já haviam se separado de suas raízes da Nova Inglaterra ao mudarem-se para Nova York e, como resultado, os laços familiares e de amizade já se desfaziam em Vermont.

Teologicamente, os Santos dos Últimos Dias não iriam necessariamente concordar que Deus fez com que o Monte Tambora entrasse em erupção. Entretanto, Deus pode ter usado as consequências naturais do catastrófico evento para realizar seus propósitos divinos, neste caso, o de trazer a família Smith ao oeste de Nova York.

Nova York

Joseph Smith Sênior saiu de Vermont no verão de 1816 para Palmyra, Ontário (atualmente condado de Wayne), Nova York. Sua família se juntou a ele mais tarde naquele ano. Joseph Smith Sênior decidiu não acompanhar o resto de sua família a St. Lawrence no norte do estado. Sua decisão de se realocar na região oeste de Nova York foi vantajosa.

O Senhor havia preparado o oeste de Nova York com um campo fértil para realizar seus propósitos divinos – a Restauração. Imaginem um triângulo consistindo de três p’s. Os dois primeiros p’s eram as placas (Livro de Mórmon) e a prensa [ou imprensa - NT] (E. B. Grandin), as quais estavam em seus lugares em 1816. O último p era o Profeta Joseph Smith. O Senhor trouxe a família Smith para o oeste do estado de Nova York para completar o triângulo.

Ao mesmo tempo, estavam localizadas naquela região uma série de revivificações evangélicas, conhecidas hoje como o Segundo Grande Despertar. [36] Identificado pelos historiados como o “distrito em fogo” devido à euforia religiosa que se espalhava através da região do oeste de Nova York de 1816 a 1926, [37] tais revivificações faiscaram no jovem Joseph Smith, uma labareda espiritual que não poderia ser extinta, levando-o a uma última jornada que duraria o resto de sua vida.

Um historiador norte-americano fez a seguinte observação, referente à publicação do Livro de Mórmon e da organização da Igreja naquela época:

Surgiu precisamente no momento certo na história norte-americana – se tivesse ocorrido muito mais cedo ou mais tarde, a Igreja poderia não ter vingado. O Livro de Mórmon provavelmente não seria publicado no século XVIII, naquele mundo amplamente regido pelas crenças das tradições orais antes da grande revolução democrática que inspirou todo tumulto religioso do início da república. No século XVIII, o Mormonismo poderia ter sido facilmente silenciado e despachado pela cultura dominante da pequena nobreza iluminada, como se fosse alguma outra eufórica superstição folclórica. Por outro lado, se o Mormonismo tivesse surgido mais tarde, depois da consolidação da autoridade e da propagação da ciência em meados do século XIX, poderia ter tido problemas comprovando seus textos e revelações. Mas durante as primeiras décadas do século XIX, era a época ideal para se estabelecer a nova fé. A revolução democrática estava no seu auge, todas as autoridades tradicionais estavam desorganizadas, e visões e profecias ainda exerciam uma poderosa atração para um grande número de pessoas. Uma geração ou mais e teria sido necessário para Smith e seus seguidores obter a autenticação de professores universitários com relação aos caracteres nas placas de ouro. Mas o fracasso de Martin Harris em obter tal verificação “professional” e “científica” em 1820 não importou. Afinal de contas, simples fazendeiros tinham um discernimento tão apurado destas coisas como os professores de faculdade. [38]

Ao passo que a mudança para Nova York tenha sido providencial, por outro lado não foi sem desafios. Lucy Mack teve que cuidar de vários compromissos, inclusive o pagamento de várias dívidas antes que pudesse reunir sua família a Joseph Smith Sênior a 300 milhas distante. Além disso, Joseph Smith Jr., ainda se recuperando da cirurgia de sua perna, foi forçado a andar uma grande parte do trajeto devido a um condutor abusivo que foi contratado para levar a família a Nova York. A família finalmente chegou a Palmyra. Lucy Mack recordou: “em pouco tempo cheguei a Palmyra com uma pequena parte de meus pertences, meus filhos e dois centavos em dinheiro, mas perfeitamente feliz com o estado de minha família. A alegria que senti ao entregar-me e a meus filhos aos cuidados e afeição de um pai e marido carinhoso foi o pagamento em dobro por tudo que eu havia sofrido. As crianças ficaram em volta de seu pai, pendurados em seu pescoço, cobrindo sua face com lágrimas e beijos que eram reciprocamente dados por ele com extremo gosto.” [39]

Os primeiros anos em Nova York foram desafiadores e Joseph recordou que seu pai “estando em circunstâncias de extrema pobreza, foi obrigado a trabalhar duro para sustentar uma grande família com nove crianças; e porque foi necessário os esforços de todos que fossem capazes de fornecer qualquer assistência para o sustento da família, fomos privados do benefício de uma educação. Basta dizer que fui simplesmente instruído na leitura e na escrita e nas regras básicas de aritmética que constituíam todo meu conhecimento literário.” [40] Eventualmente, por volta de 1819, Joseph Smith Sênior, Alvin (o filho mais velho) e Hyrum (o segundo filho mais velho), tinham ganhado dinheiro suficiente para o pagamento de entrada para uma fazenda de cem acres perto de Palmyra em Farmington Township (conhecida hoje como Manchester Township.) [41]

Será neste período que surgirá um dos primeiros retratos escritos de Joseph Smith por alguém fora de sua família. Como a Sra. Palmer relembra, “Meu pai amava o jovem Joseph Smith e muitas vezes o contratava para trabalhar com seus filhos. Eu tinha cerca de seis anos de idade quando ele veio à nossa casa pela primeira vez. Lembro-me indo ao campo em uma tarde para brincar nas fileiras da plantação de milho enquanto meus irmãos trabalhavam. Quando a noite chegou, eu estava cansada demais para andar para casa e chorava porque meus irmãos se recusavam a carregar-me. Joseph me colocou em seus ombros, com seu braço em meus pés para me equilibrar e meu braço ao redor do seu pescoço, e assim ele me carregou até nossa casa.” [42]

Este relato revela algo sobre a família Smith: eles trabalhavam e ganhavam por dia e não eram fazendeiros. Esta distinção é importante para qualquer pessoa que tente reconstruir o palco social e econômico dos primeiros anos de Joseph Smith.

O Segundo Grande Despertar

Muitos norte-americanos encontraram Deus durante o Segundo Grande Despertar. As séries de revivificações ajudaram a criar na América uma nação única, industrial ocidental com uma religião moderna. Por volta de 1800, a fé começou a ser algo cada vez mais importante na vida de muitas pessoas. Joseph observou que seus pais “não pouparam esforços em instruir-me na religião cristã”. [43] Ilustrações contemporâneas e descrições das reuniões nos acampamentos demonstram que em muitos casos os eventos eram grandes encontros; as pessoas por muitas vezes se reuniam por longos fins de semana para ouvir exortações de pregadores em circuito. Naturalmente, essas revivificações religiosas eram de natureza evangélica, tentando convencer as pessoas de seus pecados e então convencê-los de que somente através da graça de Jesus eles poderiam ser salvos. É importante observar que, ao invés de ser um único evento, o Segundo Grande Despertar consistia de uma série de revivificações espalhadas sobre um certo período de tempo e em um espaço geográfico. A família Smith foi inevitavelmente levada a este fervor evangélico durante uma série de revivificações durante este período no oeste de Nova York. [44]

A procura religiosa pessoal de Joseph aparentemente surgiu em algum momento por volta de 1818, no despertar das revivificações de 1816 e 1817. Ele recordou:

Por volta dos doze anos de idade, minha mente já estava seriamente impressionada com todas as questões importantes referentes ao bem-estar de minha alma imortal, as quais me levaram a procurar as escrituras crendo, como fora ensinado, que elas continham a palavra de Deus – assim aplicando-as a mim mesmo e [devido à] minha íntima associação com aquelas diferentes denominações, fui levado a me maravilhar excepcionalmente, pois eu descobrira que eles não adornaram suas profissões por meio de uma caminhada sagrada e uma conversação divina em concordância com aquilo que pensei estar contido no sagrado depositório [da Bíblia –] isto foi um pesar para a minha alma – assim da idade dos doze até os quinze anos de idade, ponderei muitas coisas em meu coração. [45]

Uma fonte contemporânea destaca uma reunião de acampamento ocorrida em Palmyra em junho de 1818. O Reverendo Aurora Seager escreveu em seu diário:

No dia 18 de junho, recebi uma carta do Irmão [Billy] Hibbard, me informando que eu havia recebido a Conferência de Nova York [da costa Leste] e que, a meu pedido, havia sido transferido para a Conferência de Genesee. No dia 19 [de junho de 1919 [???], [sexta-feira], fui a uma reunião de acampamento em Palmyra [cerca de quatorze milhas de Phelps]. A chegada do Bispo Roberts, que parecia ser um homem de Deus, e sua aparência apostólica, despertou um grande interesse na reunião até seu encerramento. Na segunda-feira [na reunião de acampamento em Palmyra], o sacramento foi administrado, cerca de vinte pessoas foram batizadas; quarenta se uniram à Igreja [Metodista] e a reunião se encerrou. [46]

Ninguém poderia ter previsto como essas revivificações iriam afetar Joseph Smith Jr., inclusive os próprios membros da família Smith. Nem Joseph nem Lucy Mack tiveram quaisquer premonições sobre o futuro religioso de seu filho. Lucy recordou que Joseph era uma criança “extremamente quieta” e “bem disposta.” Mesmo assim, ele era “muito menos inclinado a examinar livros do que” os outros filhos do casal. Entretanto, Joseph lembrou-se que ele leu as escrituras, “crendo, como fora ensinado, que elas continham a palavra de Deus.” [47] Ele foi, todavia, “dado à meditação e ao estudo profundo.” [48]

Felizmente, possuímos vários pequenos relatos deste período. O mais conhecido é a história oficial de Joseph, hoje encontrada na Pérola de Grande Valor (Joseph Smith – História). Utilizando uma convenção narrativa tradicional do século XIX, Joseph organizou os eventos de 1816-26 quando ele preparou sua história oficial formal. [49] Nesta história, Joseph recorda que havia três conflitos interdenominacionais entre os vários partidos e seitas, a maioria se referindo às revivificações de 1816-17 e 1824-26: [50]

Pois apesar do grande amor que os conversos dessas diferentes crenças expressavam na época de sua conversão e do grande zelo demonstrado pelos respectivos cleros, que ativamente se levantavam para promover esse quadro singular de sentimento religioso com o fim de converter a todos, como se compraziam em afirmar, deixando que as pessoas se unissem à seita que mais lhes agradasse; contudo, quando os conversos começaram a afastar-se, uns para um grupo e outros para outro, verificou-se que os supostos bons sentimentos, tanto dos sacerdotes como dos conversos, eram mais pretensos que reais; pois criou-se um ambiente de grande confusão e animosidade—sacerdote contendendo com sacerdote e converso com converso. (Joseph Smith – História 1:6).

Este relato revela que as pessoas daquela época pensavam seriamente sobre a salvação, embora estivessem divididas entre os melhores meios de se obtê-la, incluindo a interpretação de passagens bíblicas. O estado geral de divisão refletia um pequeno grau daquilo que estava acontecendo dentro da própria família Smith.

Milton V. Backman, por exemplo, descobriu que em sete cidades dentro de um raio de 20 milhas da fazenda da família Smith perto de Palmyra reportou-se “‘uma euforia religiosa pouco comum’ e/ou o aumento do número de membros nas igrejas” entre 1819 e 1820 e pelo menos duas outras cidades referiu-se a “prospectos de revivificações.” [51]

O jovem Joseph Smith evitou se filiar a qualquer igreja, embora frequentasse diversas delas e estivesse particularmente inclinado à fé Metodista. Dois de seus conhecidos no Palmyra Register relembram Joseph “capturando o brilho do Metodismo em uma reunião de acampamento” e que ele se juntou a uma aula probatória da Igreja Metodista de Palmyra. [52] Joseph mesmo declarou algum desejo de se filiar aos Metodistas. Sua mãe e muitos de seus irmãos eventualmente se filiaram à Igreja Presbiteriana. [53] Seu pai havia estado envolvido na associação Universalista local em Tunbridge, Vermont, mas em Nova York não estava ligado a nenhuma denominação. Ele estava decididamente sem igreja, embora religiosamente inclinado. [54] As crianças lutavam por uma identidade religiosa. Joseph mesmo recorda que ele queria “ter uma Religião também; queria sentir e bradar como o resto, mas não sentia nada.” [55]

Joseph Smith acrescentou ainda que muitas vezes sua mente se achava em “sérias reflexões e grande inquietação” (Joseph Smith – História 1:8). Primeiramente, ele se preocupava com sua salvação pessoal e dizia: “Minha mente se tornou excessivamente preocupada porque me conscientizei de meus pecados. . . . E senti-me lamentando por meus próprios pecados e pelos pecados do mundo. . . . Portanto, clamei ao Senhor por perdão pois não havia ninguém a quem eu pudesse me dirigir e obter perdão.” [56]

Naquele momento de hesitação religiosa, a família Smith construiu em 1819, uma casa de madeira ao norte de Farmington (atualmente na divisa de Manchester Township) em Palmyra Township. [57] A família começou a limpar o terreno em sua fazenda de cem acres.

É importante observar que Joseph Smith não tinha atraído sobre si muita atenção entre 1805 e 1819. Ele vivia uma vida simples na fronteira norte-americana, um “obscuro menino” como ele mesmo recordou (Joseph Smith – História 1:23). Entretanto, em 1820, seu mundo e o mundo religioso em que ele vivia, mudou para sempre.

Um Instrumento nas Mãos do Senhor

Um pouco antes de sua morte, Joseph Smith disse que ele havia sido pré-ordenado “a ser um dos instrumentos para estabelecer o Reino de Daniel, pela palavra do Senhor, e eu pretendia lançar o alicerce que irá revolucionar o mundo inteiro – uma vez eu ofereci minha vida para as turbas de Missouri como um sacrifício ao meu povo – e aqui estou – não será pela espada ou pela arma que este Reino irá em frente – o poder da verdade é tanto que – todas as nações estarão sob a obrigação de obedecer o Evangelho.” [58]

De 1820 até sua morte em 1844, Joseph Smith esteve engajado em sua missão religiosa. Entretanto, apesar de todos os seus sucessos como parte da Restauração, o Profeta Joseph Smith foi somente um instrumento nas mãos do Senhor. O Presidente Gordon B. Hinckley colocou o ministério do Profeta em perspectiva para os Santos dos Últimos Dias contemporâneos quando escreveu: “Eu venero o Deus dos céus, que é meu Pai Eterno. Eu venero o Senhor Jesus Cristo, que é meu Salvador e Redentor. Eu não venero o Profeta Joseph Smith, mas eu reverencio e amo este grande vidente através do qual o milagre deste evangelho tem sido restaurado. Agora estou envelhecendo e sei que no curso natural de eventos, antes de muitos anos, estarei atravessando a porta de entrada para ficar em frente de meu Criador e meu Senhor e prestar contas da minha vida. E espero que eu tenha a oportunidade de abraçar o Profeta Joseph Smith e agradecê-lo e dizer-lhe sobre o amor que tenho por ele.” [59]

Quando refletimos sobre o humilde início da vida do Profeta Joseph Smith em Vermont e sua jornada ao Bosque Sagrado em Nova York, ficamos repletos de amor e apreciação por aquele que foi “abençoado a abrir a última dispensação,” e nos regozijamos que “Jesus ungiu aquele Profeta e Vidente.” [60]

Notas

[1] Veja Hyrum Andrus e Helen Mae Andrus, They Knew the Prophet [Eles Conheceram o Profeta] (Salt Lake City: Deseret Book, 1999); e Mark L. McConkie, Remembering Joseph [Lembrando-se de Joseph] (Salt Lake City: Deseret Book, 2003).

[2] Veja Richard Lyman Bushman, Joseph Smith: Rough Stone Rolling [Joseph Smith: Pedra Não Lapidada Rolando] (New York: Alfred A. Knopf, 2005), 3.

[3] Josiah Quincy, Figures of the Past from the Leaves of Old Journals [Figuras do Passado das Páginas de Velhos Diários] Boston: Roberts Brothers, 1883, 380–81.

[4] Andrus e Andrus, They Knew the Prophet [Eles Conheceram o Profeta], 191–92.

[5] Para mais informações referentes ao contexto em imediato sobre a vida de Joseph Smith nos Estados Unidos, veja Chad M. Orton e William W. Slaughter, Joseph Smith’s America: His Life and Times [A América de Joseph Smith: Sua Vida e Sua Época] (Salt Lake City: Deseret Book, 2005).

[6] Para um panorama histórico da importância dessas várias questões no século XIX nos E.U.A., veja Daniel Walker Howe, What Hath God Wrought: The Transformation of America, 1815–1848 [O que Deus Criou: A Transformação da América, 1815-1848], (New York: Oxford University Press, 2007).

[7] Lucy Mack Smith, The Revised and Enhanced History of Joseph Smith by His Mother [A História Revisada e Melhorada de Joseph Smith escrita por sua Mãe], ed. Scot Facer Proctor e Maurine Jensen Proctor (Salt Lake City: Deseret Book, 1996), xxxvii; e Lavina Fielding Anderson, ed., Lucy’s Book: A Critical Edition of Lucy Mack Smith’s Family Memoir [O Livro de Lucy: Uma Edição Crítica das Memórias Familiares de Lucy Mack Smith] (Salt Lake City: Signature Books, 2001), 67–68.

[8] Veja, por exemplo, a história de Joseph Smith de 1832; Personal Writings of Joseph Smith [Escritos Pessoais de Joseph Smith], ed. Dean C. Jessee (Salt Lake City: Deseret Book, 2002), 9–20.

[9] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 42.

[10] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 51–53.

[11] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 45; e Richard Neitzel Holzapfel, “The Church on the Early 19th-Century Frontier” [“A Igreja na Fronteira no Início do Século XIX”], em Historical Atlas of Mormonism [Atlas Histórico do Mormonismo], ed. S. Kent Brown, Donald Q. Cannon, e Richard H. Jackson (New York: Simon e Schuster, 1994), 6–7.

[12] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 53.

[13] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 62.

[14] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 62.

[15] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 62.

[16] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 62; para um resumo da vida de Samuel Harrison Smith veja Kyle R. Walker, ed., United by Faith: The Joseph Sr. and Lucy Mack Smith Family [Unidos pela Fé: A Família de Joseph Smith Sr. e Lucy Mack Smith] (American Fork, UT: Covenant Communications, 2005), 204–307.

[17] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 62.

[18] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 62.

[19] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 62; para um resumo da vida de William B. Smith, veja Walker, United by Faith [Unidos pela Fé], 247–307.

[20] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 64.

[21] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 63–64.

[22] Bushman, Rough Stone Rolling [Pedra Não Lapidada Rolando], 20.

[23] Walker, United by Faith [Unidos pela Fé], 308–52.

[24] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 69–76.

[25] LeRoy S. Wirthlin, “Joseph Smith’s Boyhood Operation: An 1813 Surgical Success” [“A Operação de Joseph Smith quando Criança: Um Processo Cirúrgico em 1813] BYU Studies 21, no. 2 (Primavera 1981): 131–54.

[26] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 73–74.

[27] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 75; veja também Bushman, Rough Stone Rolling [Pedra Não Lapidada Rolando], 21–22.

[28] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 76; para um resumo da vida de Don Carlos Smith, veja Walker, United by Faith [Unidos pela Fé], 354–97.

[29] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 76.

[30] Bushman, Rough Stone Rolling [Pedra Não Lapidada Rolando], 27–29.

[31] Veja Howe, What Hath God Wrought [O que Deus Criou], 30–31; e John D. Post, The Last Great Subsistence Crisis in the Western World [A Última Grande Crise de Subsistência no Mundo Ocidental], (Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1977), 1–27.

[32] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 81.

[33] Para mais informações sobre a história da família Smith, veja Richard Lloyd Anderson, Joseph Smith’s New England Heritage [A Herança de Joseph Smith da Nova Inglaterra] (Salt Lake City and Provo, UT: Deseret Book and BYU Press, 2003).

[34] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 81–82.

[35] Bushman, Rough Stone Rolling [Pedra Não Lapidada Rolando], 28.

[36] Veja Milton V. Backman, “Awakenings in the Burned-over District: New Light on the Historical Setting of the First Vision [“Despertares no ‘Distrito em Fogo’: Um Novo Enfoque no Palco Histórico da Primeira Visão”], BYU Studies 9, no. 3 (1969): 301–15.

[37] Veja Whitney R. Cross, The Burned-Over District: The Social and Intellectual History of Enthusiastic Religion in Western New York, 1800–1850 [O ‘Distrito em Fogo’: A História Social e Intelectual do Entusiasmo Religioso no Oeste de Nova York, 1800-1850], (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1950).

[38] Gordon S. Wood, “Evangelical America and Early Mormonism” [“A América Evangélica e o Mormonismo do Início”], em Dean L. May and Reid L. Neilson, The Mormon History Association Tanner Lectures: The First Twenty Years [Os Discursos de Tanner da Associação de História Mórmon: Os Primeiros Vinte Anos], (Urbana: University of Illinois Press, 2006), 22.

[39] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 84–86.

[40] Personal Writings of Joseph Smith [Escritos Pessoais de Joseph Smith], 10; com ortografia, pontuação e gramática atualizados.

[41] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 86.

[42] Andrus, They Knew the Prophet [Eles Conheceram o Profeta], 1.

[43] Personal Writings of Joseph Smith[Escritos Pessoais de Joseph Smith], 10; com ortografia, pontuação e gramática atualizados.

[44] Para um resumo da cultura religiosa durante este período, veja Nathan Hatch, The Democratization of American Christianity [A Democratização do Cristianismo Americano] (New Haven, CT: Yale University Press, 1989); e Jon Butler, Awash in a Sea of Faith: Christianizing the American People [Encharcados em um Mar de Fé: Cristianização do Povo Americano] (Cambridge: Harvard University Press, 1990). Para análises estatísticas do crescimento da Igreja durante este período, veja Roger Finke e Rodney Stark, The Churching of America, 1776–2005: Winners and Losers in Our Religious Economy [As Igrejas da América, 1776-2005: Vencedores e Perdedores em Nossa Economia Religiosa] (New Brunswick, NJ: Rutgers University Press, 2005); e Edwin Gaustad e Philip Barlow, New Historical Atlas of Religion in America [Novo Atlas Histórico da Religião na América] (New York: Oxford University Press, 2000).

[45] Personal Writings of Joseph Smith [Escritos Pessoais de Joseph Smith], 10; com ortografia, pontuação e gramática atualizados.

[46] E. Latimer, Three Brothers: Sketches of the Lives of Rev. Aurora Seager, Rev. Micah Seager, Rev. Schuyler Seager [Três Irmãos: Esboços das Vidas do Rev. Aurora Seager, Rev. Micah Seager, Rev. Schuyler Seager], D.D. (New York: Phillips & Hunt, 1880), 12.

[47] Personal Writings of Joseph Smith [Escritos Pessoais de Joseph Smith], 10.

[48] Smith, History of Joseph Smith by His Mother [A História de Joseph Smith escrita por sua Mãe], 111.

[49] Personal Writings of Joseph Smith [Escritos Pessoais de Joseph Smith], 226–39.

[50] D. Michael Quinn argumentou persuasivamente sobre esta questão em um outro trabalho, (“Joseph Smith’s Experience at a Methodist ‘Camp-Meeting’ in 1820,” Expanded Version [Definitive] [“A Experiência de Joseph Smith em uma ‘Reunião de Acampamento’ Metodista em 1820”, Versão Extendida - Definitiva] Dialogue Paperless 3 [Dezembro 2006]: 1–110, disponível online em http://www.dialoguejournal.com/ excerpts/e3.pdf).

[51] Backman, “Awakenings in the Burned-over District” [“Despertares no ‘Distrito em Fogo’”], 312–13.

[52] Richard Lloyd Anderson, “Circumstantial Confirmation of the First Vision Through Reminiscences” [“Confirmação Circunstancial da Primeira Visão através de Reminiscências”] BYU Studies 9, no. 3 (Primavera 1969): 379–84.

[53] Veja Personal Writings of Joseph Smith [Escritos Pessoais de Joseph Smith], 229.

[54] Asael Smith, avô de Joseph Smith, organizou a sociedade Universalista em Tunbridge, Vermont, em 1797, com Joseph Smith Sr. listado entre os dezesseis membros. Consta que seus filhos mais velhos tenham frequentado as reuniões com ele. Veja LaMar C. Berrett e outros, eds.,Sacred Places, vol. 1: New England and Eastern Canada [Nova Inglaterra e o Canadá Oriental] (Salt Lake City: Bookcraft, 1999), 1:121–22.

[55] Diário de Alexander Neibaur, Maio 24, 1844, em The Papers of Joseph Smith: Volume 1, Autobiographical and Historical Writings [Os Papéis de Joseph Smith: Volume 1, Escritos Autobiográficos e Históricos], ed. Dean C. Jessee (Salt Lake City: Deseret Book, 1989), 461.

[56] Personal Writings of Joseph Smith [Escritos Pessoais de Joseph Smith], 11; ortografia atualizada.

[57] Pesquisadores recentemente descobriram evidências jurídicas mostrando que Joseph havia sido uma testemunha credível em um caso legal (evidência que a família Smith estava morando em Palmyra em 1819). Veja “A Chronology of the Life of Joseph Smith” [“Uma Cronologia da Vida de Joseph Smith”], BYU Studies 46, no. 4 (2007): 7.

[58] The Words of Joseph Smith: The Contemporary Accounts of the Nauvoo Discourses of the Prophet Joseph [As Palavras de Joseph Smith: Os Relatos Contemporâneos do Profeta Joseph dos Discursos de Nauvoo], ed. Andrew F. Ehat e Lyndon W. Cook (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1980), 367.

[59] Gordon B. Hinckley, “As One Who Loves the Prophet” [“Como Alguém Ama o Profeta”] em The Prophet and His Work: Essays from General Authorities on Joseph Smith and the Restoration [O Profeta e suas Obras: Ensaios das Autoridades Gerais sobre Joseph Smith e a Restauração] (Salt Lake City: Deseret Book, 1996), 13.

[60] W. W. Phelps, “Praise to the Man” [“Hoje, ao Profeta Louvemos”] Hymns [Hinos] (Salt Lake City: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1985), no. 27 [em português, no. 14].